Quando se trata de contratações públicas, o processo licitatório é a regra, conforme determinado pela Constituição Federal no art. 37, inciso XXI. Esse dispositivo assegura que as obras, serviços, compras e alienações realizadas pela Administração Pública sejam precedidas de um procedimento de licitação, garantindo igualdade de condições a todos os concorrentes. No entanto, existem situações específicas em que esse processo pode ser dispensado, sendo fundamentais entender as diferenças entre dispensa de licitação e inexigibilidade.
Embora essas duas modalidades possam parecer semelhantes, elas possuem distinções importantes que influenciam diretamente a forma como a contratação pública é realizada.
Neste artigo, vamos explicar as principais diferenças entre esses dois institutos, as condições que justificam sua aplicação, e como a Flanci, especialista em seguros e consultoria para empresas que contratam com o governo, pode auxiliar nesse contexto.
O que é licitação?
A licitação é um processo formal pelo qual a Administração Pública seleciona fornecedores para a aquisição de bens e serviços, garantindo que os princípios de transparência, isonomia e economicidade sejam seguidos. Assim, ela envolve diversas etapas, incluindo a definição do objeto a ser contratado, a abertura de um edital, a seleção de propostas e, finalmente, a contratação da empresa vencedora.
No entanto, existem situações em que a realização de uma licitação não é viável ou necessária, sendo possível optar pela inexigibilidade ou dispensa de licitação.
Dispensa de licitação: o que significa? | Dispensa de licitação e inexigibilidade
A dispensa de licitação e inexigibilidade ocorre quando, embora seja teoricamente possível haver competição, a própria lei define circunstâncias em que a licitação pode ser dispensada. Ou seja, a Administração Pública não precisa realizar o processo licitatório, mas pode contratar diretamente.
A Lei nº 8.666/1993 e a nova Lei de Licitações nº 14.133/2021 estabelecem as situações em que a licitação pode ser dispensada. Entre os principais motivos estão:
- Urgência ou emergência: quando há risco à vida, à saúde ou ao patrimônio público, e aguardar a realização de uma licitação seria prejudicial. Um exemplo é a necessidade imediata de serviços ou materiais em decorrência de desastres naturais.
- Baixo valor: para contratos cujo valor não justifique os custos de um processo licitatório. A nova Lei de Licitações, por exemplo, permite a dispensa em contratos de obras e serviços de engenharia até R$ 100 mil e para outros serviços e compras até R$ 50 mil (art. 75, incisos I e II, da Lei nº 14.133/2021).
- Fornecimento por órgão ou entidade pública: quando o bem ou serviço pode ser fornecido diretamente por outro órgão público sem a necessidade de competição.
Essas situações de dispensa visam garantir eficiência e agilidade nas contratações públicas, mas sempre com atenção ao princípio da economicidade.
Inexigibilidade de licitação: quando não há concorrência
A inexigibilidade de licitação é aplicada quando não há possibilidade de competição, ou seja, a licitação é inviável. Isso ocorre em situações em que apenas um fornecedor pode atender à demanda da Administração Pública, seja pela exclusividade do produto ou pela natureza do serviço prestado. A inexigibilidade está prevista no art. 74 da Lei nº 14.133/2021.
Alguns exemplos de situações que justificam a inexigibilidade são:
- Fornecedor exclusivo: quando um bem ou serviço é oferecido por apenas um fornecedor, como no caso de um software com tecnologia patenteada ou a compra de medicamentos de marca específica.
- Contratação de artistas ou especialistas: a contratação de serviços técnicos ou artísticos de natureza singular, como a realização de palestras por especialistas renomados ou a contratação de artistas para eventos públicos.
Nesses casos, a competição é impossível, justificando a inexigibilidade do processo licitatório.
Principais diferenças entre dispensa e inexigibilidade

A dispensa de licitação ocorre quando a legislação permite que a Administração Pública contrate diretamente, mesmo havendo possibilidade de competição, com o objetivo de atender a situações excepcionais.
Esse procedimento é utilizado em casos como urgência, emergência ou quando o valor do contrato é baixo, conforme previsto no art. 75 da Lei nº 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações). A dispensa tem como base a praticidade e a eficiência, dispensando a licitação em cenários que demandam rapidez ou em que os custos de um processo licitatório não se justificam em relação ao montante envolvido.
Já a inexigibilidade de licitação ocorre quando não há viabilidade de competição, ou seja, é impossível realizar um processo competitivo. Isso acontece em situações onde apenas um fornecedor ou prestador de serviço pode atender às necessidades da Administração, como no caso de bens ou serviços de natureza singular.
A inexigibilidade é frequentemente aplicada para contratação de profissionais especializados ou de serviços exclusivos, conforme previsto no art. 74 da Lei nº 14.133/2021.
Em resumo, embora ambos os institutos possibilitem a contratação direta, eles possuem fundamentos diferentes. Enquanto a dispensa de licitação foca em situações excepcionais e de baixo impacto financeiro, a inexigibilidade está relacionada à falta de alternativas no mercado.
Em ambos os casos, a Administração Pública deve justificar formalmente a escolha, garantindo transparência e conformidade com a lei.
A Importância de conhecer as modalidades de contratação direta
Entender as diferenças entre dispensa de licitação e inexigibilidade é essencial para garantir que as contratações públicas sejam realizadas de maneira eficiente, segura e dentro dos parâmetros legais. A dispensa de licitação oferece uma solução para situações urgentes ou de baixo valor, onde a licitação se tornaria excessivamente burocrática. Já a inexigibilidade é reservada para cenários em que a concorrência é inviável, como nos casos de exclusividade de fornecedor.
Ao aplicar essas modalidades de forma correta e justificável, a Administração Pública assegura a continuidade dos serviços, a eficiência na contratação e a economia de recursos. Além disso, empresas que conhecem bem esses mecanismos, como a Flanci, podem tirar proveito dessas exceções, oferecendo produtos ou serviços de maneira estratégica, além de auxiliar no entendimento e adequação às exigências legais, contribuindo para a segurança e o sucesso nas relações com o governo.
Dispensa de licitação e inexigibilidade | Como a Flanci pode ajudar
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